*Por Marize Silva
Turim, ou Torino em italiano, foi primeira capital do Reino da Itália. Uma cidade lindíssima, mas ainda desconhecida de muitos turistas. Descubra aqui porque você precisa conhecê-la!
Conhecer a História de Turim é importante para entender como a cidade se apresenta hoje. Assim, partiremos do Império Romano até os dias atuais.
A história da cidade inicia-se, oficialmente, em 27. A.C., com o nome romano de Augusta Taurinorum. Sim, Turim foi uma cidade romana, e ainda hoje podemos ver as relíquias deixadas pelo império romano: os restos do muro da Porta Palatina, a Porta Decumana, e o Teatro Romano (um muro no subsolo do Museu Egípcio). Além dessas relíquias, a cidade foi projetada segundo o desenho tradicional das cidades romanas: de forma octogonal, com com blocos quadrados e uma estrutura de parede quase quadrada.
Graças ao Império Romano, a cidade prosperou nos primeiros séculos de vida.
Com a queda do Império Romano no Ocidente, a partir do século IV, Turim foi dominada pelos Góticos, como se vê na arquitetura da Igreja de São Domenico e na Casaforte dos Acaias, e, posteriormente, pelos Lombardos e pelos Francos de Carlos Magno.
No ano de 940, foi fundada a Marca de Turim (distrito territorial do Reino da Itália e do Sacro Império Romano-Germânico.
Após alguns anos, começou o longo domínio da família Savóia. Em 1536, Turim passa ao controle francês, pelas mãos de Francisco I. Trinta anos depois, o Duque Emanuele Filiberto reconquista o território, e transforma Turim na capital do Reino de Savóia.
Nesse período, Turim cresce como cidade, tanto do ponto de vista urbanístico quanto cultural e artístico. Foram construídas as grandes avenidas alinhadas, típicas da cidade piemontese, que dão um sentido de ordem e que distinguem Turim das outras grandes cidades italianas. A estrutura arquitetônica de Turim é uma das suas marcas, e é baseada em ruas e avenidas longas, pórticos que se debruçam em belas e graciosas praças e que nos remete a uma atmosfera bastante aristocrática.
A proclamação do Reino da Itália, que até então era uma penínsola dividida em vários reinos, deu-se em 17 de março de 1861 em Turim, e fez da cidade a primeira capital da Itália unificada. Os protagonistas da unificação foram os piemonteses Camilo Bento di Cavour e Vittorio Emanuelle II, o genovês Giuseppe Mazzini, e o “Herói dos Dois Mundos”, Giuseppe Garibaldi, companheiro da brasileira Anita Garibaldi.
No entanto, em 1864, a capital do Reino da Itália foi transferida para Florença, e posteriormente para Roma (1870) provocando consequências no desenvolvimento da cidade. Durante décadas, foi elaborado o plano de desenvolvimento da cidade, que transformaria Turim na primeira capital industrializada da Itália unificada.
Em 1899, nasceu a FIAT (Fabbrica Italiana de Automobili Torino). A nova cidade industrial provocou uma grande onda de imigração, principalmente de pessoas que chegavam do sul da penínsola. Além da indústria automobilística e mecânica, Turim passou a ser a capital do cinema, tornando-se uma outra fonte de riqueza para a cidade.
Mas a primeira guerra mundial pegou Turim em pleno desenvolvimento e provocou, primeiro, uma forte depressão, porém, posteriormente, a cidade começou a se reeguer por causa das indústrias automobilística e mecânica. Já durante a segunda guerra mundial, Turim foi ocupada pelos nazistas e bombardeada pelos aliados. Em 25 de abril de 1945, Turim e as grandes cidades do norte da Itália se liberaram dos nazifascistas.
Em 2 de junho de 1946, o Reino da Itália passa a ser a República da Itália, após um referendum institucional que sepultou a monarquia e elegeu a república como forma de governo.
Os primeiros anos do pós-guerra foram bastantes difíceis para Turim: edificações e fábricas completamente destruídas. Porém, a cidade começou a retomar o ritmo de crescimento, principalmente devido a indústria automobilística, que ocasionou, mais uma vez, um novo fluxo imigratório.
Em uma década, Turim tornou-se a terceira cidade da Itália, superou 1 milhão de habitantes, e era um dos maiores pólos industriais italianos, além de uma grande metrópole.
Os anos 60 e 70 foram marcados tanto pelo “boom” econômico, quanto pelas tensões sociais, protagonizadas pelos sindicatos e operários que reivindicavam os seus direitos trabalhistas.
Já os anos 80 e 90 foram anos de pacificação social: a FIAT consegue recordes no lançamento de novos modelos, e setores como pesquisa, serviços, finanças, e cultura despontam como importantes para o futuro de Turim.
O novo século marca o início da mudança da cidade: de cidade industrial para cidade cultural. A FIAT transfere praticamente toda a sua produção para outros países e Turim precisa se reposicionar no cenário italiano e mundial. O grande projeto de transformação da cidade preve vários importantes eventos e interventos, como as Olimpíadas de Inverno de 2006, as grandes obras de urbanização, revitalização, requalifição imobiliária, criação de parques urbanos, logística, etc.
Turim hoje tem, aproximadamente, 800 mil habitantes e um riquíssimo conjunto arquitetônico que retrata a grande história desta belíssima cidade piemontese.
Como retratamos na sua história, Turim é uma cidade a ser descoberta. Por anos a fio, foi vista como cidade industrial, onde o smog das fábricas encobriam as belíssimas edificações seculares, as suas ruas e avenidas arborizadas, seus parques e praças, e tudo o mais que as civilizações deixaram marcadas pela cidade. Com a mudança de cidade industrial para cidade cultural, o que era escondido pode ser visto e vivido.
Um bom passeio a pé pelo centro histórico, nos faz sentir como se estivéssemos séculos atrás, e perceber que essa mudança veio para mostrar ao mundo como a capital da região Piemonte é fascinante, intrigante e mística.
Elenco aqui os principais pontos turísticos de Turim por proximidade para facilitar o seu roteiro, que inicia na Porta Palatina, no chamado Quadrilátero Romano.
Principal representante arqueólogica da Turim romana, quando a cidade se chamava Augusta Taurinorum.
A Catedral de Turim é, sem dúvida, uma das edificações sacras da cidade. De estilo renascentista, abriga o Santo Sudário (o lençól que teria coberto Jesus depois da sua morte e que deixou impresso a marca do seu rosto). A visita ao Santo Sudário ocorre somente em ocasiões especiais, determinadas pelo Vaticano. Mas a Igreja mantém imagens e vídeos informativos à disposição durante todo o ano.
O Palácio Real de Turim, situado na Piazza Castello, foi a residência da família Savóia até 1865. Desde 1997 é Patrimônio Unesco, e faz parte do circuito dos Museus Reais de Torino e abriga também a Armeria Reale, a Galeria Sabauda e o Museo di Archeologia.
Situada à direita dos portões do Palazzo Reale, esta igreja abriga uma cópia do Santo Sudário. Você pode encontrá-la à esquerda na foto da Piazza Castello aqui em cima.
Também Patrimônio Unesco, este palácio foi a residência da regente de Savóia (Maria Cristina di Borbone da França), sede do Senado Italiano (quando Turim era a capital do Reino de Itália) e abriga uma vasta coleção de esculturas e obras de arte dos seus inúmeros séculos de existência no Museo Civico di Arte Antica, e também de umas das coleções de porcelanas mais importantes do mundo.
Também situado na Piazza Castello, o Teatro Regio de Turim é um dos mais importantes teatros líricos italiano e europeu. Todo ano, abriga concertos, óperas e de espetáculos de ballet.
Da Piazza Castello podemos ir em direção ao pórticos da cidade: são 18km de arcadas (12,5km são constituídos por arcadas contínuas interligadas), símbolo da cidade. Estão presentes na Via Po, Via Roma, e em grande parte do Centro. Os pórticos foram construídos para permitir que a realeza pudesse fazer longas caminhadas, protegida da chuva, da neve ou do sol quente do verão.
O mais antigo, completo e conhecido museu da pátria, é localizado dentro do belíssimo Palazzo Carignano. Aconselhado a quem deseja aprofundar as mil implicações do Risorgimento italiano, uma visita é absolutamente obrigatória.
Depois do museu do Cairo, o Museu Egípcio de Turim é o mais importante do mundo. Abriga uma vastíssima coleção de estátuas, papiros, sarcófagos, múmias, bronzes, amuletos, e os suportes multimídia de última geração fornecem uma valiosa contribuição para o conhecimento dos achados e dos diferentes caminhos que compõem o museu.
Esta praça é o emblema da transformação da cidade (de industrial para cultural). Com os seus pórticos (arcadas), as suas duas igrejas gêmeas (a igreja de Santa Cristina e a igreja de San Carlo Borromeo) e a estátua equestre de Emanuele Filiberto, Duque de Savóia ao centro, esta praça abriga diversos eventos culturais ao longo do ano.
Com 167,5 metros de altura, a Mole Antonelliana é o símbolo de Turim, e um dos edifícios mais altos da Itália. No seu interior foi construído um elevador panorâmico onde podemos admirar a cidade. Além disso, abriga o Museo Nazionale del Cinema , que possui um rico acervo de estações multimídia e interativas, raríssimas máquinas óticas pré-cinematográficas, equipamentos e materiais de cenários italianos e internacionais, além de uma vasta coleção de filmes, livros, gravuras, pôsteres, dramatizações, pinturas e fotografias.
Outra esplêndida praça de Turim. Abriga inúmeros locais para fazer um aperitivo, e oferece uma linda vista do rio (fiume em italiano) Po, da igreja Gran Madre di Dio, do monte dos Capuchinhos e das colinas que circundam a cidade.
Localizada em frente a praça Vittorio Veneto, porém do outro lado do rio, esta igreja foi uma homenagem a Vittorio Emanuele I, quando este ganhou a batalha contra Napoleão Bonaparte. Construída em estilo neoclassico, foi inspirada no Pantheon de Roma.
Situado ao lado direito da igreja Gran Madre di Dio, o Monte dei Cappuccini oferece uma magnífica vista da belíssima cidade de Turim.
Situada perto do Monte dos Capuchinhos, foi construída em 1615, seguindo o modelo romano, para servir de residência às rainhas de Savóia.
O Parco del Valentino possui 42 hectares em uma área de 500.000 m². Dista 1 km da estação de Porta Nuova e é situado ao longo do rio Po. Abriga um notável patrimônio arbóreo, o Castelo do Valentino (antiga residência dos Savóia, Patrimônio Unesco e sede da faculdade de Arquitetura da Universidade de Torino), o Borgo Medieval, a Fontana dei 12 Mesi (uma grande bacia oval inclinada na qual uma cachoeira cintilante cai, a bacia é dominada por um terraço, também elíptico, no qual repousam quatro grupos de estátuas principais, representando os rios que banham Turim), pistas cicláveis, e outras atrações. É simplesmente um passeio imperdível.
O Museu do Automóvel é situado em frente ao parque do Valentino, é considerado um dos 50 melhores museus do mundo segundo a Times. Abriga cerca de 200 automóveis de mais de 80 fabricantes diversos, que vão dos motores a vapor até os modelos mais recentes, o museu apresenta uma das melhores coleções raras de veículos do mundo.
Turim foi a primeira cidade italiana a promover uma coleção pública de arte moderna. A Galeria de Arte Moderna abriga mais de 45 mil obras, incluindo pinturas, esculturas, instalações e fotografias às quais se junta uma rica coleção de desenhos e gravuras e uma das mais importantes coleções européias de filmes e vídeos de artistas. Paul Klee, Amedeo Modigliani, Andy Wahrol, Giorgio De Chirico são apenas alguns dos artistas presentes na GAM.
Isso mesmo! O Museu Lavazza conta a história da cultura do café na Itália. Sem plantar um pé, a Itália é o país que mais ganha fortunas com a cadeia de produção do café: importa os grãos de café de vários países, como o Brasil, porém todo o resto do processo acontece aqui, finalizando na exportação dos produtos finais: pó de café, cápsulas, máquinas e utensílios.
Situada no município de Venaria Reale, não muito longe do centro de Torino (10 km), este estupendo palácio, tambem Patrimônio Unesco, foi uma das principais residências da família Savoia, e se parece muito com o palácio de Versailles. A visita à Reggia di Venaria acontece tanto nas dependências do palácio, onde podemos apreciar obras barrocas e importantes obras de arte contemporânea, como nos belos jardins que circundam o palácio. Visita imperdível!
Também Patrimônio Unesco, foi a residência de caça da família Savoia. A Palazzina di Caccia di Stupiningi fica no município de Nichelino, a 10 km do centro de Turim.
Uma das coisas que os italianos gostam mais de fazer é comprar: seja alimentos, bebidas, roupas, acessórios, etc.
Turim é uma das poucas cidades da Itália onde as feiras-livres (mercato em italiano) são feitas nos mesmos lugares, de segunda à sábado. E vamos às dicas:
O Mercato di Porta Palazzo é a maior feira livre da Europa e a mais barata de Turim. Aqui podemos comprar de tudo: carnes, peixes, hortifruti, frios, pães, roupas, calçados, artigos para casa, eletrônicos, etc etc etc, tanto em barraquinhas de revendedores ou diretamente de produtores agrícolas. Para revitalizar a área, foi aberto o Mercato Centrale de Torino, um centro gastronômico com 26 lojas incluindo artesãos da gastronomia, restaurantes, escola de culinária, cervejaria, bar e cafeteria.
O Mercato da Piazza Benefica é situado no encantador bairro liberty de Turim (Cit Turin), aqui podemos comprar make up, perfumes, roupas, acessórios, sapatos de grifes famosas como Armani, Ralph Lauren, Tommy, Guess, Adidas, Nike, etc etc etc. Peças de coleções passadas ou atuais, de mostruário, mas com excelentes preços. Vale muito a pena dar um pulinho aqui antes de comprar nas lojas ou Outlets.
Outro mercato que vale a pena conhecer e comprar é o da Crocetta. As barraquinhas vendem peças de grifes famosas ou não tão famosas assim, mas com preços excelentes. Fica no bairro da Crocetta, muito próximo ao centro da cidade.
Na Via Roma, Via Po e Via Garibaldi (via significa rua), existem várias lojas de grifes famosas. Mas o passeio sob os pórticos e o café nas tradicionais cafeterias de Turim será sempre uma linda recordação.
O que dizer deste centro gastronômico de consumo? Não é um supermermado, mas um lugar onde a essência da vida italiana está reunida: “mangiare bene”. O primeiro Eataly nasceu aqui em Turim e está situado numa ex-fábrica de licor da Carpano, e em frente a antiga fábrica da FIAT (Lingotto). A edificação foi requalificada para abrigar um dos mais interessantes lugares de degustação da enogastronomia italiana. O Eataly se define como “mangiare italiano, vivere italiano”. “O nosso objetivo é demostrar que a alta qualidade da enogastonomia italiana está ao alcance de todos nós”. Vale muito a pena conhecer o primeiro Eataly do mundo!
O Centro Comercial Lingotto , ou 8 Gallery, fica em frente ao Eataly, e é um dos poucos centros comerciais de Turim. Localizado onde era a ex-fábrica de automóveis FIAT, a edificação foi transformada pelo arquiteto Renzo Piano para dar origem ao centro comercial. No último andar encotra-se a Pinacoteca Giovanni e Marella Agnelli, que abriga a coleção de obras de artes do ex-magnata da FIAT.
O Le Gru é o único shopping center das redondezas, fica no munícipio de Grugliasco, não muito distante do centro de Torino (9,8km).
O Torino Outlet Village fica no munícipio de Settimo Torinese, a 7km do centro de Turim. O Outlet oferece serviço de translado a partir de Turim.
Sem dúvida nenhuma, a melhor maneira de viver e respirar o ar torinese é caminhar pela belas ruas e avenidas arborizadas da cidade. A arquitura dos prédios (barrocos, liberty, romano, etc), os palácios, os monumentos, as praças, as ruas alinhadas e arborizadas, transmitem um pouco da história da belíssima capital piemontese.
Se o cansaço chegar, você pode pergar um tram (bonde), um ônibus ou metrô. O sistema de transporte é interligado (tram-ônibus-metrô), ou seja, não precisamos andar quilômetros para pegar um outro transporte. Entre no site do GTT (Gruppo Torinese di Trasporto), digite endereço de partida e chegada e você terá todas as informações que precisa.
Turim está em uma posição privilegiada, não muito distante da França e da Suíça, que torna muito viável uma bela roadtrip por esses países, ou ainda pela bela região da Ligúria. Chegando por Milão, o trem te deixa em Turim em 1 hora. Mas se preferir chegar diretamente aqui, essas são as opções:
O Aeroporto Internacional Sandro Pertini (mais conhecido como Caselle), oferece diversos vôos nacionais e internacionais. Fica a 15 km do centro de Turim, mas oferece meio de transportes que ligam o aeroporto à cidade: ônibus, trem, táxi.
Turim possui três estações ferroviárias que ligam a cidade a diversas cidades italianas e européias: Porta Nuova (a principal, porém com projeto de requalificação de transformar-se somente em um centro comercial), Porta Susa (inaugurada em 2013 e que deverá assumir o papel de principal estação ferroviária de Turim) e Lingotto (situada na zona sul da cidade).
As autoestradas na Itália possuem as sinalizações em verde, são administradas por empresas privadas e paga-se pedágio. As principais são: A4 (Torino-Milano-Venezia-Trieste), A5 (Torino-Aosta-Monte Bianco), A6 (Torino-Savona) e a A21 (Torino-Piacenza-Brescia).
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